No sentido original da palavra, crônica é uma narração de fatos feitos em ordem cronológica. Segundo essa definição, poderíamos classificar os jornalistas esportivos como cronistas. Mas, atualmente consideramos como crônica uma modalidade escrita que se incorporou ao jornalismo, e que consiste em um texto livre, que faz um retrato do cotidiano sob o ponto de vista pessoal do autor.
Segundo pesquisas do Prof. Zeca, a partir da década de 1980 houve um aumento expressivo do número de cronistas e colunistas de jornais nas coberturas de Copas do Mundo, atingindo o máximo na Copa de 1998, na França.
Em épocas de Copa, os cadernos de esporte dos jornais brasileiros acabam “inflando” suas páginas. Além dos jornalistas que trabalham normalmente com esporte, cronistas de outras editorias, colunistas sociais, chargistas de humor, personalidades, intelectuais brasileiros e estrangeiros completam o jornal com seus relatos e opiniões sobre o mundial. Essa exploração da crônica por diversas pessoas mostra como no Brasil, esse esporte tem um forte poder como agente cultural e mercadológico.
Os motivos pelo grande espaço que os jornais oferecem a essa modalidade jornalística são diversos. Os relatos da crônica são diferentes do convencional, pois são mais subjetivos e literais, e assim o jornal pode compensar a mesmice do jornalismo esportivo tradicional, o que ainda não é muito explorado pela televisão e internet.
O Prof. Zeca também explicou que as crônicas no esporte passaram a ser revalorizadas a partir da década de 1990, quando foram divulgados os textos de Nelson Rodrigues. O professor terminou sua apresentação mostrando alguns exemplos de crônicas sobre Copas do Mundo de Nelson Rodrigues e de outros grandes autores, como Luís Fernando Veríssimo, José Roberto Torero, João Ubaldo Ribeiro, entre outros.
As reuniões do GECEF voltam no segundo semestre, a partir de agosto, em novo dia: agora os encontros acontecerão quinzenalmente às quintas-feiras sempre às 17h. Participe!