por José Paulo Teodoro Coelho 

O Observatório do Esporte dessa semana traz um programa especial sobre o centenário do Santos.

O resumo semanal de esportes comentado no seu tradicional quadro vaias e aplausos, além do papo com o Papa e entrevistas com o jornalista e escritor José Roberto Torero e com o presidente do peixe, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, são os destaques dessa edição.
O presidente do Santos Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro. Imagem: Reuters

Por José Paulo Teodoro

No último dia 29 de março, na segunda reunião de 2012 do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol), o aluno Fábio Alvarez apresentou parte de sua pesquisa acadêmica de Mestrado em Comunicação e também a nova paixão nacional: o MMA (Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas).

                                    

O MMA é uma junção de artes marciais incorporadas em um único lutador, por isso, segundo Fábio, não tem uma história própria. O jiu-jitsu, o muai-thay, o boxe e a luta greco-romana são, dentre outros, os componentes que, com suas próprias origens, caracterizam a história do MMA.

O que mais se discute quando falamos na história do MMA é sua origem mercadológica. Se pensarmos na origem das lutas, não encontraremos uma data para dizer onde começaram, porém pensando no Coliseu romano observamos que a arte marcial como espetáculo não é tão recente assim.

Eventos como o PRIDE e o World Vale-tudo Championship antecederam a criação dessa cultura híbrida e direcionaram o MMA ao que hoje encontramos no UFC (Ultimate Fighter Championship), principal evento de artes marciais mistas do mundo, um espetáculo midiático.

Mas o MMA é um jogo? Um esporte? Essa arte marcial reúne características que qualificam e ao mesmo tempo destituem-na de ser um jogo. O jogo se liga ao lúdico, à brincadeira e se pensarmos nessa prática como arte, como função de vida, ela se construirá como um jogo.

Porém se pensarmos de uma maneira materialista, levando em conta o dinheiro envolvido no espetáculo, o incentivo a empresas e marcas, vamos posicioná-la fora do jogo, como esporte, atendendo à necessidade do recorde, da evolução.

Nesse novo universo do esporte, que se instaurou no Brasil há pouco tempo e já é mania nacional, o brasileiro encontrou uma nova maneira de torcer, muito especial e característica, mas dependendo do ponto de vista um tanto quanto perigosa.

                                  

Sempre escutamos dizer que as filosofias das artes marciais são ricas e não incitam a violência e não podemos contestar isso, mas o que acontece no MMA é que esses valores adquiridos de outras artes marciais se limitam ao praticante do esporte, ou seja, quem assiste pela televisão duas pessoas se digladiando por um cinturão, fama e prestígio não observa que na vida cotidiana o lutador segue o famoso lema: “quem luta não briga!”. O fato é que o Brasil possa não ter a maturidade suficiente para distinguir realidade do octógono.

Fábio Alvarez está no segundo ano de sua pesquisa sobre o MMA e é aluno regular do Mestrado em Comunicação da UNESP/Campus de Bauru. Seu orientador é o Prof. Dr. José Carlos Marques, um dos coordenadores do GECEF.

Por José Paulo Teodoro

No primeiro encontro do GECEF (Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol) de 2012, realizado no último dia 15 de março, o professor José Carlos Marques nos trouxe experiências de sua viagem à Argentina em dezembro de 2011, quando ministrou um curso de atualização na Universidade de Buenos Aires sobre o cinema e o audiovisual do Brasil e sua relação com o futebol.

No tempo que passou com nossos hermanos, o professor conseguiu abordar temas sobre a rivalidade Brasil x Argentina no âmbito do futebol. A proposta era trabalhar com os argentinos a visão estereotipada que o brasileiro atribui ao país vizinho, especialmente na esfera esportiva. 

Por meio de propagandas, vídeos e campanhas publicitárias veiculadas no Brasil, o professor Zeca mostrou que a rivalidade entre nós, apesar de ser recente e pouco expressiva, desenvolveu no povo brasileiro um estereótipo pejorativo sobre o argentino.



O que é mais interessante é que a atribuição de uma característica generalizadora vai além do esporte e constrói uma visão sobre o povo, cultura e costumes. Essa atribuição de valores foi criada principalmente por campanhas de cervejas brasileiras que desejavam atingir o humor explorando a rivalidade entre as duas nações.

Porém, o que pensamos hoje ser a maior rivalidade do futebol de seleções é algo recente, pois Brasil e Argentina só se enfrentaram em Copas do Mundo a partir de 1974. De lá para cá, foram quatro confrontos, sendo o último realizado em 1990.

Poderíamos então pensar em uma rivalidade construída pela junção de mídia e sociedade? Para o Prof. Zeca Marques, a rivalidade explorada no campo esportivo é apenas uma representação simbólica do embate que os dois países travam pela supremacia política e econômica na América do Sul.

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