Conhecendo outras culturas: o esporte na Índia

Por Felippe Ferro

No segundo encontro de 2011, em 15 de abril, o GECEF contou com uma exposição de Sérgio Bruno Trivelato, que compartilhou sua experiência e contato com o universo esportivo de um país muito distante e com uma cultura geral consideravelmente diferente do que é de nosso costume: a Índia.

Para ele, falar em esporte no país é falar quase que inteiramente em Críquete, esporte pouco popular e com baixo índice de prática aqui no Brasil. Tal modalidade, que surgiu na Inglaterra no século XVI e chegou na Índia por meio da colonização britânica, consiste, basicamente, num jogo de taco e bola em que o vencedor é o time que conseguir mais corridas (runs). As partidas são compostas em dois tempos, em uma tarde ou noite, e cada equipe é composta por 11 jogadores. É dividida em "entradas" (innings), quando um time está na posição de rebater, e o outro está na situação de arremesso (bowls). O esporte é semelhante ao beisebol, guardadas as devidas diferenciações.

Em geral, exceto pelo Críquete, há pouca prática e apreço pelo esporte na cultura atual indiana. Hóquei de Grama e, ainda abaixo, o futebol, são exemplos de esportes praticados em menor escala no país.

Sobre a cobertura esportiva da mídia indiana, Sérgio afirma que “Nas páginas esportivas dos 2 principais diários nacionais (Indhustan Times e Times of India) não há cadernos esportivos. O esporte aparece no final do primeiro caderno, ou dependendo da disponibilidade, no meio do segundo caderno. Enquanto estive por lá (6 a 20 de março de 2011), a distribuição das matérias nos jornais era mais ou menos assim: em cinco páginas, quatro era sobre Críquete e a restante abarcava Futebol Inglês, Tênis e outros temas locais, mas muito mal cobertos. Na cobertura do Críquete destaque sempre para o time nacional (que terminou como campeão da Copa do Mundo de 2011) e informações sobre os outros times com repórteres, fotos e gráficos.”

Sérgio diz que no país o esporte é, de certa forma, desvinculado de certos costumes e valores ocidentais da atualidade, como a competição e a publicidade, voltando-se mais para o esporte visto como distração pessoal e espiritual, apesar do crescente processo de “ocidentalização” em que o país está sendo submetido. Para se ter uma ideia, foi muito difícil para Sérgio encontrar uma camisa oficial da seleção nacional de Críquete, demonstrando como o povo não tem costume de adquirir e usar itens esportivos e a diferença em relação ao esporte no mundo ocidental.

Além da questão esportiva, também foram discutidos assuntos sociais indianos, como o sistema de castas, a religião, a receptividade do povo, etc, já que, como vimos, o esporte não ocupa os principais gostos dos indianos, especialmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros.

Venha fazer parte do GECEF! O grupo se reúne quinzenalmente às sextas-feiras, às 17h, na sala 69 do campus de Bauru da Unesp.

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