Por José Paulo Teodoro
No último dia 29 de março, na segunda reunião de 2012 do GECEF (Grupo
de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol), o aluno Fábio Alvarez apresentou
parte de sua pesquisa acadêmica de Mestrado em Comunicação e também a nova
paixão nacional: o MMA (Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas).
O MMA é uma junção de artes marciais incorporadas em um único
lutador, por isso, segundo Fábio, não tem uma história própria. O jiu-jitsu,
o muai-thay, o boxe e a luta greco-romana são, dentre outros, os
componentes que, com suas próprias origens, caracterizam a história do MMA.
O que mais se discute quando falamos na história do MMA é sua
origem mercadológica. Se pensarmos na origem das lutas, não encontraremos uma
data para dizer onde começaram, porém pensando no Coliseu romano observamos que
a arte marcial como espetáculo não é tão recente assim.
Eventos como o PRIDE e o World Vale-tudo Championship antecederam
a criação dessa cultura híbrida e direcionaram o MMA ao que hoje encontramos no
UFC (Ultimate Fighter Championship), principal evento de artes marciais mistas
do mundo, um espetáculo midiático.
Mas o MMA é um jogo? Um esporte? Essa arte marcial reúne
características que qualificam e ao mesmo tempo destituem-na de ser um jogo. O
jogo se liga ao lúdico, à brincadeira e se pensarmos nessa prática como arte,
como função de vida, ela se construirá como um jogo.
Porém se pensarmos de uma
maneira materialista, levando em conta o dinheiro envolvido no espetáculo, o
incentivo a empresas e marcas, vamos posicioná-la fora do jogo, como esporte,
atendendo à necessidade do recorde, da evolução.
Nesse novo universo do esporte, que se instaurou no Brasil há pouco
tempo e já é mania nacional, o brasileiro encontrou uma nova maneira de torcer,
muito especial e característica, mas dependendo do ponto de vista um tanto
quanto perigosa.
Sempre escutamos dizer que as filosofias das artes marciais são
ricas e não incitam a violência e não podemos contestar isso, mas o que
acontece no MMA é que esses valores adquiridos de outras artes marciais se
limitam ao praticante do esporte, ou seja, quem assiste pela televisão duas
pessoas se digladiando por um cinturão, fama e prestígio não observa que na
vida cotidiana o lutador segue o famoso lema: “quem luta não briga!”. O fato é
que o Brasil possa não ter a maturidade suficiente para distinguir realidade do
octógono.
Fábio
Alvarez está no segundo ano de sua pesquisa sobre o MMA e é aluno regular do
Mestrado em Comunicação da UNESP/Campus de Bauru. Seu orientador é o Prof. Dr.
José Carlos Marques, um dos coordenadores do GECEF.